Crédito Crédito à Habitação de Baixo Risco Cresce em 2024 Em 2024, a maioria dos créditos à habitação foi concedida a clientes de baixo risco, refletindo uma tendência de maior estabilidade no mercado imobiliário. 02 abr 2025 min de leitura Em 2024, o mercado de crédito à habitação em Portugal passou por transformações significativas, com um enfoque no perfil de risco dos mutuários. O Banco de Portugal (BdP) implementou medidas macroprudenciais que se mostraram eficazes na contenção dos riscos associados ao crédito, enquanto políticas fiscais direcionadas para apoiar os jovens na compra da casa própria também influenciaram este panorama. Evolução do Perfil de Risco em 2024 Em 2024, 58% dos novos contratos de crédito à habitação foram assinados por mutuários com perfil de baixo risco (um aumento em relação aos 49% nos anos anteriores). Este aumento reflete a eficácia das medidas macroprudenciais, que impuseram limites rigorosos: Rácio de empréstimo sobre o valor do imóvel (LTV, Loan-to-Value ou Empréstimo-a-Valor). Taxa de esforço (DSTI, Debt Service-to-Income ou Dívida de Serviço sobre Rendimento). Garantia de que os mutuários não comprometam uma parte excessiva do seu rendimento com as prestações mensais. Em 2024, o LTV médio manteve-se estável em 69%, muito abaixo do limite de 90% recomendado pelo BdP. Por outro lado, 92% dos novos contratos foram concedidos a clientes cuja taxa de esforço não ultrapassou os 50%, demonstrando um crédito à habitação responsável. O Que Significa um Perfil de Baixo Risco? Um perfil de baixo risco no crédito à habitação refere-se a mutuários que atendem a critérios financeiros que minimizam as possibilidades de incumprimento, tais como: Rácio LTV (Loan-to-Value) inferior a 80% O LTV é a relação entre o valor do empréstimo e o valor do imóvel. Quanto menor o LTV, menor é o risco para o banco, pois há uma maior margem de segurança no valor do imóvel em relação ao crédito concedido. Taxa de esforço (DSTI) inferior a 50% Refere-se à proporção da receita mensal do mutuário que é utilizada para pagar a prestação do crédito. Quanto menor, melhor, pois indica que o mutuário tem mais capacidade para suportar o crédito sem comprometer a sua estabilidade financeira. Impacto das Medidas Macroprudenciais O Banco de Portugal implementou várias recomendações para proteger a estabilidade financeira, que têm demonstrado eficácia na moderação do perfil de risco dos mutuários: A maturidade média ponderada dos empréstimos caiu para 31 anos em dezembro de 2024, abaixo dos 33,7 anos registados em janeiro de 2021. A medida de controle do rácio LTV foi eficaz, com a média de 69%, muito abaixo do limite recomendado de 90%. As taxas de esforço equilibradas e os rácios LTV adequados são agora práticas comuns entre as novas operações de crédito à habitação. O Crédito à Habitação e os Jovens Um dos focos das políticas implementadas em 2024 foi o apoio ao acesso à habitação por parte dos jovens. O regime de garantia pública para jovens até 35 anos, que permite o financiamento até 100% do valor da habitação, tem sido um tema controverso. Embora tenha como objetivo facilitar a entrada no mercado de habitação, este mecanismo tem gerado preocupações, principalmente em relação ao aumento do rácio LTV, já que muitos contratos são celebrados com valores próximos dos 100% do imóvel. O Banco de Portugal mantém uma vigilância rigorosa sobre a aplicação dessas medidas, alertando para a necessidade de justificação de qualquer desvio aos limites macroprudenciais. O Papel do Crédito à Habitação na Economia O crédito à habitação continua a ser um dos principais motores da economia portuguesa. Não só impulsiona o mercado imobiliário, mas também sustenta o consumo e o crescimento económico de forma geral. As instituições bancárias têm ajustado a oferta de crédito para garantir a sua sustentabilidade financeira, adaptando-se às condições macroeconómicas e às políticas do Banco de Portugal. A criação de um ambiente de crédito mais rigoroso e controlado tem contribuído para a redução dos riscos de incumprimento e tem fortalecido a confiança dos consumidores no sistema financeiro nacional. O crédito à habitação em 2024, marcado por uma evolução positiva no perfil de risco dos mutuários e pela implementação de medidas macroprudenciais, continua a representar um pilar essencial na economia portuguesa. A medida de apoio aos jovens, embora positiva para o acesso à habitação, exige atenção para evitar pressões excessivas sobre o mercado. O Banco de Portugal continuará a monitorizar o setor, ajustando as recomendações conforme necessário, de modo a garantir a sustentabilidade do sistema financeiro e a estabilidade do mercado de crédito à habitação. À medida que o ano avança, será importante observar o impacto dessas políticas e as tendências de endividamento das famílias, especialmente no contexto da recuperação económica e das mudanças nas taxas de juro. O equilíbrio entre o acesso ao crédito e a gestão de riscos continuará a ser a chave para um mercado de habitação saudável e sustentável. Fonte: https://supercasa.pt/noticias/credito-a-habitacao-de-baixo-risco-cresce-em-224/n7039 Crédito Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado