Portugueses defendem habitação acessível e sustentável A maioria dos portugueses quer políticas de habitação que priorizem o bem-estar e o equilíbrio entre turismo, rendas e qualidade de vida. 14 nov 2025 min de leitura Portugueses pedem soluções equilibradas para a habitação A habitação em Portugal é hoje um dos temas mais debatidos e que mais preocupa os cidadãos. O aumento dos preços, a escassez de oferta e o impacto do turismo nas zonas urbanas estão a transformar o acesso à casa própria num desafio para milhares de famílias. A maioria dos portugueses defende uma política de habitação mais equilibrada, que garanta condições dignas para quem vive e trabalha nas cidades, sem comprometer o desenvolvimento económico. O crescimento do alojamento local e do turismo trouxe benefícios inegáveis à economia, mas também provocou desequilíbrios no mercado da habitação. A procura crescente de imóveis para fins turísticos reduziu a disponibilidade de arrendamento de longa duração e fez subir o valor das rendas e das casas à venda. Como consequência, muitos residentes foram empurrados para as periferias, alterando a dinâmica social e urbana de várias regiões. Para a maioria dos cidadãos, o foco das políticas públicas deve passar a ser o acesso à habitação, garantindo que cada pessoa tem a possibilidade de viver com segurança e estabilidade. A questão já não é apenas económica: tornou-se social, ambiental e até cultural, uma vez que o desequilíbrio habitacional ameaça o tecido das comunidades locais e a qualidade de vida nas cidades. Habitação e turismo: o desafio do equilíbrio urbano Os portugueses reconhecem o valor do turismo para a economia nacional, mas consideram que o setor precisa de um controlo mais rigoroso. A habitação é vista como a área mais afetada pela expansão turística, associada diretamente ao aumento dos preços e à falta de oferta. Muitos acreditam que limitar o alojamento local em determinadas zonas urbanas pode ser uma solução eficaz para conter a especulação e devolver habitação aos residentes permanentes. Esta perspetiva traduz um desejo de equilíbrio: promover um turismo sustentável e responsável, que traga benefícios económicos, mas sem comprometer o direito à habitação. O conceito de crescimento urbano sustentável ganha, assim, nova relevância, exigindo medidas que conciliem desenvolvimento e inclusão social. As políticas de habitação devem integrar uma visão de longo prazo, baseada em soluções que privilegiem a reabilitação urbana, a eficiência energética e o aproveitamento do edificado existente. A aposta em edifícios requalificados pode ajudar a travar a expansão desordenada das cidades e a preservar o património arquitetónico, ao mesmo tempo que aumenta a oferta de habitação a preços acessíveis. Habitação acessível e qualidade de vida A habitação deixou de ser apenas uma questão de mercado para se afirmar como um pilar essencial do bem-estar social. A relação entre habitação, mobilidade e ambiente urbano é hoje evidente, e o acesso a casas de qualidade é considerado um fator determinante para a coesão social. Em Portugal, o aumento do custo de vida e a pressão imobiliária tornaram a habitação um tema prioritário, que exige políticas integradas e eficazes. A maioria dos cidadãos concorda que o Governo deve dar prioridade ao bem-estar dos residentes, mesmo que isso implique reduzir as receitas do turismo. Tal posição reflete uma maior consciência coletiva sobre a importância de proteger a vida nas cidades e assegurar um equilíbrio entre quem visita e quem habita. O conceito de habitação acessível envolve mais do que preços baixos: implica criar condições de proximidade entre casa e trabalho, garantir transportes públicos eficientes e promover comunidades diversificadas. Estas medidas permitem reduzir desigualdades e evitar a exclusão habitacional de grupos mais vulneráveis. O futuro da habitação em Portugal Portugal enfrenta um momento decisivo no que toca à política de habitação. O desafio passa por equilibrar o crescimento económico com a necessidade de garantir condições dignas a todos os residentes. O investimento público e privado deverá focar-se na criação de soluções habitacionais que promovam estabilidade, sustentabilidade e inclusão. A diversificação da economia, a regulação do mercado imobiliário e a aposta na reabilitação de edifícios são caminhos apontados para garantir o futuro da habitação. O país precisa de políticas consistentes que promovam o acesso justo a casas de qualidade, assegurando que o direito à habitação é respeitado em todo o território. O futuro da habitação depende da capacidade de criar um modelo urbano mais justo e sustentável, onde o desenvolvimento turístico e económico caminhem lado a lado com a qualidade de vida dos cidadãos. Portugal tem a oportunidade de transformar a habitação num verdadeiro motor de equilíbrio social e ambiental, reforçando o seu compromisso com uma sociedade mais coesa e inclusiva. Fonte: https://supercasa.pt/noticias/portugueses-defendem-habitacao-acessivel/n7898 Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado